Tantas e quantas forem as palavras, ainda serão insuficientes para descrever o enorme fascínio que esse lugar sempre exerceu sobre mim. A energia que o envolve nos faz sentir algo tão próprio que a sensação é de estar em outra dimensão, num ambiente louco e inspirador.
A Oficina Brennand
Chamado de “Mestre dos Sonhos”, Francisco Brennand, seu
criador, começou a erguê-la em 1971, transformando o que eram as ruínas da
antiga olaria São João da Várzea, de seu pai, na materialização desse grande
projeto. Ela surge como que emergida das profundezas, trazendo a tona o
universo particular dessa que é uma das mentes mais fantásticas que esse país
já viu.
São 15 mil m² preenchidos com milhares de peças em meio a Mata Atlântica, no bairro da Várzea, cada qual com o
seu significado.
Ao entrar, vamos caminhando pelos jardins, entre árvores e
esculturas, com destaque para a dos Comediantes e para a feminina no centro de uma fonte, “Sequestro”.
Em
seguida entramos no Salão das Esculturas, onde estão expostas inúmeras peças,
dentre as quais muitas esculturas representando a sexualidade, seres
mitológicos e figuras históricas, além de quadros e belos murais em cerâmica
(que me encantaram muito...).
À esquerda está o Anfiteatro, onde encontramos uma
espécie de terma ou banheira romana. Aqui não se anda simplesmente entre
paredes ou chãos! Tudo é arte.
Saindo pela lateral, chegamos à parte que mais gosto: O
Templo Central.
“Terra
sagrada, templo ou santuário, não seria porventura uma justificativa plena para
toda essa construção empreendida?”
Sem dúvida. É exatamente por me lembrar um templo que me
chama tanto a atenção. A grande muralha de arcadas com pássaros protetores no topo,
esculturas, os pilares e as pilastras, totens, grama, água... Faz pensar num
ambiente onde circulariam deuses, ninfas e guerreiros. Quem me conhece sabe o
quanto viajo nesses contos e fantasias. Gosto da forma dos entablamentos, das
arcadas e dos claustros... Se pudesse viveria num ambiente assim. Mas voltando
ao Templo Central...
São várias esculturas principalmente de mulheres nuas, o que nos remete a uma conotação sexual, mas nada que envolva erotismo ou algo do tipo, e sim, a fertilidade. Isso junto a muitos ovos, alguns sendo rompidos, como representação do ciclo da vida. E em sua cúpula está o Ovo Primordial, símbolo da imortalidade. É maravilhoso.
Continuando, ao lado está o Estádio, espaço para eventos, e
seguindo para a parte de trás, nos deparamos com cisnes negros em meio à Praça Burle Marx, projetada pelo
paisagista homônimo.
Depois chegamos a Accademia,
onde estão expostas várias telas (que não podem ser fotografadas), e ao lado, o
Auditório Heitor Villa-Lobos. Ao passar por ela, saímos numa área aberta onde há uma enorme serpente no gramado.
Em direção aos fundos, muito verde ao redor... A parte de
trás das edificações... Portões...
Voltamos pela Accademia indo agora para outro caminho com várias
outras esculturas.
E não podia sair sem novamente admirar o Templo Central e
fazer mais alguns clicks...
Ainda tem o Templo do Sacrifício.
E foi isso... Um agradabilíssimo passeio em um dos lugares
mais incríveis que existem por essas terras, onde a arte é exalada por todos os
cantos e sob diversas formas. Recomendo intensamente a quem vem ao Recife.
Seguem os horários para visitação:
- Segunda-Feira à Quinta-feira: 8:00h às 17:00h.
- Sexta-feira : 8:00h às 16:00h.
Maiores informações:
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